sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Há conservadores e há liberais


Os conservadores são os que veem o mundo parado, as pessoas divididas em dois grupos estanques: o das que têm qualidades e direitos, as quais eles veneram e protegem, e o das que têm defeitos e deveres, que desprezam e exploram. Os liberais veem um mundo em construção, não avaliam as pessoas, mas, sim, o que elas tentam fazer e as amam como companheiras de campanha.
 Os conservadores confiam na memória; os liberais, no raciocínio. Os conservadores gostam de repetir o que veem repetido; os liberais se deliciam em explorar o novo. Os conservadores querem preservar os sítios históricos; os liberais lutam para libertar as forças da Natureza. Os conservadores cercam-se de bens materiais; para os liberais a riqueza que conta é espiritual.
 Os conservadores querem estar sempre certos; os liberais sentem que estão sempre errados. Os conservadores votam no partido, enquanto os liberais votam na proposta. Os conservadores querem um governo forte, para manter a ordem; os liberais querem um governo melhor, mas detestam a delegação de poderes. Os conservadores são a favor da violência institucional e contra a violência dos quebra-quebra; os liberais são contra as duas.
Os conservadores desconhecem o envelhecimento; os liberais ouvem a opinião dos velhos como contribuição nova. Os conservadores paparicam os filhos; os liberais crescem junto com eles. Os conservadores se julgam eternos como são, santos acima do bem e do mal, e sua religião serve apenas para diferenciá-los. Os liberais buscam a vida eterna e só aceitam um Deus amoroso que abre um caminho ao alcance de todos.
Os liberais sonham atrair os conservadores. Os conservadores prefeririam que os liberais não existissem.

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