terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Engano das Cotas


Tramita na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro projeto do governo estipulando cotas para admissão à sexta série do ensino fundamental no Colégio de Aplicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Segundo o projeto, a classificação resultante da prova deverá ser contrariada para que seja admitida elevada porcentagem dos alunos com determinada cor da pele, outra percentagem de filhos de pais com determinada profissão, e assim por diante.
A Educação no Brasil é vítima preferencial da ânsia dos nossos políticos em produzir projetos de lei esquisitos. Trata-se, no caso da Educação, de aplicação equivocada do princípio do “muito barulho por nada”. Este princípio da Psicologia orienta a discussão em todas as casas legislativas, órgãos da imprensa e todo tipo de conselhos em que se reúnam pessoas que se consideram importantes. Os pontos da pauta de cuja decisão a respeito dos quais não se possa esperar maiores consequências concentram todas as manifestações dos políticos, jornalistas e conselheiros, em geral. Aplicar esse princípio à Educação revela o baixo valor que lhe atribuem.
Com o argumento de que o mesmo já foi tentado nos Estados Unidos para combater a segregação da minoria negra naquele país, vem sendo aprovadas leis impondo cotas raciais no ingresso às boas universidades brasileiras. Como no Brasil a diferenciação pela cor da pele não é tão significativa, cotas de outra natureza vêm sendo introduzidas como remendos nessas leis. O que disso pensem os educadores ou como a Universidade americana respondeu à prática das cotas, não interessa. Os americanos são racistas, as universidades são conservadoras e ponto final.
Sem dúvida, a educação pode ser um importante fator de mudança. Está demonstrado que acesso à escola de qualidade gera ascensão social. Mas, desvirtuando a formação das turmas o que se está produzindo é apenas o enfraquecimento desse fator, dificultando mais o funcionamento de um sistema educacional já combalido por repetidos erros do planejamento estratégico nacional.
Por que será que se realizam exames de admissão a certos cursos? Essencialmente, porque os alunos são o centro do processo de aprendizagem. Aprender é difícil e a dinâmica da aprendizagem envolve a interação entre os alunos. A homogeneidade das turmas é tanto mais necessária para o êxito dessa interação, quanto mais complexo é o objeto da aprendizagem.
Se os nossos políticos desejassem mesmo favorecer a mobilidade social, bastaria que aprovassem uma indicação: Mais verbas para a escola pública! Enquanto sacrificar a qualidade da educação podia fazer sentido no combate à humilhação da minoria negra nos Estados Unidos, desqualificar a Educação só piora a situação da maioria pobre do Brasil.
O que se deve buscar é que as crianças pobres cheguem à sexta série em condições de vencer a disputa pelo ingresso no Colégio de Aplicação da UERJ. Enquanto não se eleva, globalmente, a qualidade da escola para a maioria pobre, criar dificuldades para as poucas escolas públicas que se destacam pela qualidade é trabalhar não só contra a Educação, mas, também, contra a mobilidade social.Tramita na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro projeto do governo estipulando cotas para admissão à sexta série do ensino fundamental no Colégio de Aplicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Segundo o projeto, a classificação resultante da prova deverá ser contrariada para que seja admitida elevada porcentagem dos alunos com determinada cor da pele, outra percentagem de filhos de pais com determinada profissão, e assim por diante.
A Educação no Brasil é vítima preferencial da ânsia dos nossos políticos em produzir projetos de lei esquisitos. Trata-se, no caso da Educação, de aplicação equivocada do princípio do “muito barulho por nada”. Este princípio da Psicologia orienta a discussão em todas as casas legislativas, órgãos da imprensa e todo tipo de conselhos em que se reúnam pessoas que se consideram importantes. Os pontos da pauta de cuja decisão a respeito dos quais não se possa esperar maiores consequências concentram todas as manifestações dos políticos, jornalistas e conselheiros, em geral. Aplicar esse princípio à Educação revela o baixo valor que lhe atribuem.
Com o argumento de que o mesmo já foi tentado nos Estados Unidos para combater a segregação da minoria negra naquele país, vem sendo aprovadas leis impondo cotas raciais no ingresso às boas universidades brasileiras. Como no Brasil a diferenciação pela cor da pele não é tão significativa, cotas de outra natureza vêm sendo introduzidas como remendos nessas leis. O que disso pensem os educadores ou como a Universidade americana respondeu à prática das cotas, não interessa. Os americanos são racistas, as universidades são conservadoras e ponto final.
Sem dúvida, a educação pode ser um importante fator de mudança. Está demonstrado que acesso à escola de qualidade gera ascensão social. Mas, desvirtuando a formação das turmas o que se está produzindo é apenas o enfraquecimento desse fator, dificultando mais o funcionamento de um sistema educacional já combalido por repetidos erros do planejamento estratégico nacional.
Por que será que se realizam exames de admissão a certos cursos? Essencialmente, porque os alunos são o centro do processo de aprendizagem. Aprender é difícil e a dinâmica da aprendizagem envolve a interação entre os alunos. A homogeneidade das turmas é tanto mais necessária para o êxito dessa interação, quanto mais complexo é o objeto da aprendizagem.
Se os nossos políticos desejassem mesmo favorecer a mobilidade social, bastaria que aprovassem uma indicação: Mais verbas para a escola pública! Enquanto sacrificar a qualidade da educação podia fazer sentido no combate à humilhação da minoria negra nos Estados Unidos, desqualificar a Educação só piora a situação da maioria pobre do Brasil.
O que se deve buscar é que as crianças pobres cheguem à sexta série em condições de vencer a disputa pelo ingresso no Colégio de Aplicação da UERJ. Enquanto não se eleva, globalmente, a qualidade da escola para a maioria pobre, criar dificuldades para as poucas escolas públicas que se destacam pela qualidade é trabalhar não só contra a Educação, mas, também, contra a mobilidade social.

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