sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Combate à Corrupção

Apareceram na Grande Imprensa calorosos elogios a ela própria por manter no noticiário o escândalo do suborno pago por cartel de empresas formado para ganhar licitações de obras de um governo estadual da Oposição ao Governo Federal.
Gostaria de ver tais elogios estendidos a atitude que, infelizmente, não encontro representada no noticiário, de situar esse escândalo na realidade da corrupção e da prevaricação no Brasil. Desde que, já há alguns anos, um presidente da República declarou normal o recebimento de recursos para Caixa 2 de campanha eleitoral, acredito que nos falta um esforço jornalístico para esclarecer como se processa a corrupção nos editais públicos e avaliar a participação das autoridades com mandato eletivo na apropriação dos recursos por esse meio roubados dos cofres públicos.
Divulgar detalhes de mais um caso hoje é muito pouco. Contribui para sedimentar na consciência nacional a convicção de que é tudo a mesma coisa. Ao contrário, o combate à corrupção precisa é de que se divulguem detalhes sobre os canais que ligam empresários corruptores e políticos corruptos. Por exemplo, há necessidade de tantas licitações? A negociação do governo com empresas privadas não poderia ser limitada à aquisição daqueles bens e à contratação daqueles serviços para os quais seja possível identificar número considerável de fornecedores idôneos?
A divulgação deste caso, que pode envolver partido do lado oposto ao do ex-presidente referido, favorece a sua tese de que todo mundo faz o mesmo. Tese levantada, na ocasião, para sustentar que os punidos pelo STF no Escândalo do Mensalão se diferenciam apenas por terem sido pegos. É como se a Imprensa se dispusesse a convencer-nos que somos todos ladrões e os que são condenados se diferenciam apenas pelo azar de terem sido alcançados pela polícia.

A divulgação de novos escândalos sem o devido aprofundamento serve ao interesse de anestesiar a opinião pública. Se a corrupção é tão ampla, a divulgação dos novos casos deveria ser acompanhada de informação sobre quais políticos, por seus parentes e assessores, continuam indo a agências bancárias receber grandes volumes de dinheiro. E da investigação das formas como isso está sendo combatido. Aos encômios à Imprensa por saber lidar com a indignação do povo, eu gostaria de poder juntar outros, pelo seu efetivo empenho em contribuir para a correção dos costumes das nossas elites.Apareceram na Grande Imprensa calorosos elogios a ela própria por manter no noticiário o escândalo do suborno pago por cartel de empresas formado para ganhar licitações de obras de um governo estadual da Oposição ao Governo Federal.
Gostaria de ver tais elogios estendidos a atitude que, infelizmente, não encontro representada no noticiário, de situar esse escândalo na realidade da corrupção e da prevaricação no Brasil. Desde que, já há alguns anos, um presidente da República declarou normal o recebimento de recursos para Caixa 2 de campanha eleitoral, acredito que nos falta um esforço jornalístico para esclarecer como se processa a corrupção nos editais públicos e avaliar a participação das autoridades com mandato eletivo na apropriação dos recursos por esse meio roubados dos cofres públicos.
Divulgar detalhes de mais um caso hoje é muito pouco. Contribui para sedimentar na consciência nacional a convicção de que é tudo a mesma coisa. Ao contrário, o combate à corrupção precisa é de que se divulguem detalhes sobre os canais que ligam empresários corruptores e políticos corruptos. Por exemplo, há necessidade de tantas licitações? A negociação do governo com empresas privadas não poderia ser limitada à aquisição daqueles bens e à contratação daqueles serviços para os quais seja possível identificar número considerável de fornecedores idôneos?
A divulgação deste caso, que pode envolver partido do lado oposto ao do ex-presidente referido, favorece a sua tese de que todo mundo faz o mesmo. Tese levantada, na ocasião, para sustentar que os punidos pelo STF no Escândalo do Mensalão se diferenciam apenas por terem sido pegos. É como se a Imprensa se dispusesse a convencer-nos que somos todos ladrões e os que são condenados se diferenciam apenas pelo azar de terem sido alcançados pela polícia.
A divulgação de novos escândalos sem o devido aprofundamento serve ao interesse de anestesiar a opinião pública. Se a corrupção é tão ampla, a divulgação dos novos casos deveria ser acompanhada de informação sobre quais políticos, por seus parentes e assessores, continuam indo a agências bancárias receber grandes volumes de dinheiro. E da investigação das formas como isso está sendo combatido. Aos encômios à Imprensa por saber lidar com a indignação do povo, eu gostaria de poder juntar outros, pelo seu efetivo empenho em contribuir para a correção dos costumes das nossas elites.

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