Uma pessoa de posses, condenada pela lei brasileira, fugiu
para a Itália, de onde o Brasil solicitou sua extradição. Ontem, a Justiça
Italiana julgou o caso. A extradição foi negada. O motivo desta
negativa,segundo os advogados das partes, foram as condições desumanas a que
estão submetidos os presos nas penitenciárias brasileiras. Ouvidos pela Imprensa,
ministros do nosso Supremo Tribunal, divergiram na avaliação da decisão, mas,
concordaram que o fundamento é real: presos no Brasil são submetidos a
condições degradantes.
As péssimas condições dos nossos cárceres incluem a
superlotação. Esta, por seu turno, é um aspecto sinistro de um sistema criminal
que exige, também, o superdimensionamento das forças policiais, com a
incorporação a seus quadros de pessoas desqualificadas. Da ineficiência da
polícia resulta que os crimes graves não são apurados e registra-se no país um
número cada vez maior de assassinatos, por exemplo.
O erro básico desse sistema é, evidentemente, a opção política
pelo emprego da repressão no combate ao uso de drogas. A proteção do cidadão
contra o vício emprega no Brasil, prioritariamente, a criminalização de
condutas que, tornadas ilegais, tornam-se mais lucrativas. Com a falta de
qualificação e a limitada oferta de empregos, os desempregados são envolvidos
em atividades como a de apontador do jogo de bicho ou a de entregador de maconha.
Condutas mais graves, como a organização das redes de tráfico e a proteção
policial ao crime, raramente são punidos, mas, as pessoas que se envolvem no
contato direto com os consumidores lotam as cadeias.
É urgente a substituição dos meios repressivos por meios
educacionais na prevenção do vício. Por que não tratar a maconha como o fumo e o
álcool? Com o comércio legal, o preço mais alto de algumas drogas ainda continuará
estimulando a formação de sistemas de produção e distribuição ao arrepio da
lei, mas, em volume muito menor.
O problema penal se agravará ainda mais nos próximos anos com
a nova legislação brasileira contra o enriquecimento ilícito. Precisaremos de
polícia e cadeia para os grandes criminosos de colarinho branco que começam a
ser presos. Essa mesma legislação poderá
alcançar os grandes traficantes.
A reforma necessária é profunda, mas, simples. O Uruguai pode
nos servir de exemplo.
Concordo totalmente! Infelizmente o Brasil está mil anos atrás do Uruguai... Eles acabaram de votar também contra a redução da maioridade, que seria outra coisa a só encher mais as cadeias! E aqui, a exemplo, o Eduardo Jorge, que é bem parecido com o Mujica, não ganhou nem 1% dos votos...:/
ResponderExcluirMuita gente boa não votou nele nem na Marina...
Excluir