Karen Horney descobriu que o conflito interno entre duas
estratégias que lidamos para lidar com o sentimento de abandono, a de nos
fazermos de forte e a de nos fazermos de simpático. Tentamos evitar o conflito
entre essas duas falsas imagens desprezando a parte de nós que luta ou a que
ama. Ou fugimos para uma “torre de marfim” em que o conflito passa a ser entre
a ilusão de perfeição e o que Brennan Manning chama de “o impostor que habita
em mim”.
Com isso, Horney encontra três tipos de básicos de
personalidade e de sofrimento. A boa nova de que Deus é bom traz de volta
qualquer um desses tipos à realidade.
Mas, note-se: não
adianta nada saber que Deus é bom se é um Deus “deu corda” no mundo e saiu da
História O Evangelho de Cristo revela um Deus Pai, presente neste mundo. E presente,
não mais como Poder, mas, sim, como Amor.
Nesse primeiro momento, a revelação da Boa Nova me capacita
para destronar o impostor. Ele continua em mim, fingindo de forte ou de
simpático, mas, como já não preciso ser perfeito, começo a ser capaz de lidar com ele.
Depois da revelação, vem a experiência do amor de Cristo. Para
que essa experiência redimensione nossos conflitos internos é preciso seguir o
Jesus que ensina ao pé do monte até o que se entrega no Getsêmani. É preciso
acompanhá-lo na Via Sacra, amando-nos mesmo quando o crucificamos. Encontramos
aí a sensação de ser amado realmente. O Deus de Amor já não está só na distante
criação do mundo, mas, está vivo neste homem que morre na cruz.
A mudança se completa quando o exemplo de Jesus nos atrai a exercer
o papel de Filho de Deus realizando a obra do Amor. Não há ninguém mais forte
que o que exerce a liberdade de realizar a vontade do Criador, que é a de fazer
o bem a toda criatura. Imbuído dessa vontade, para o cristão toda derrota pessoal
perde importância. Nesse terceiro estágio, como Paulo, já não sou em que vivo,
mas Cristo que vive em mim. Cristo que perdoa no Calvário e consola em Emaús. Cristo que quer despertar em cada um o amor para
que cada um foi criado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário