Os conservadores são os que veem o mundo parado, as pessoas divididas em
dois grupos estanques: o das que têm qualidades e direitos, as quais eles veneram e
protegem, e o das que têm defeitos e deveres, que desprezam e exploram. Os
liberais veem um mundo em construção, não avaliam as pessoas, mas, sim, o que
elas tentam fazer e as amam como companheiras de campanha.
Os conservadores confiam na memória; os liberais, no raciocínio. Os
conservadores gostam de repetir o que veem repetido; os liberais se deliciam em
explorar o novo. Os conservadores querem preservar os sítios históricos; os
liberais lutam para libertar as forças da Natureza. Os conservadores cercam-se
de bens materiais; para os liberais a riqueza que conta é espiritual.
Os conservadores querem estar sempre certos; os liberais sentem que
estão sempre errados. Os conservadores votam no partido, enquanto os liberais
votam na proposta. Os conservadores querem um governo forte, para manter a
ordem; os liberais querem um governo melhor, mas detestam a delegação de
poderes. Os conservadores são a favor da violência institucional e contra a
violência dos quebra-quebra; os liberais são contra as duas.
Os conservadores desconhecem o envelhecimento; os
liberais ouvem a opinião dos velhos como contribuição nova. Os conservadores
paparicam os filhos; os
liberais crescem junto com eles. Os conservadores se julgam eternos como são,
santos acima do bem e do mal, e sua religião serve apenas para diferenciá-los. Os
liberais buscam a vida eterna e só aceitam um Deus amoroso que abre um caminho
ao alcance de todos.
Os liberais
sonham atrair os conservadores. Os conservadores prefeririam que os liberais
não existissem.
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