A baixa
qualidade da Educação é uma das causas mais importantes da pobreza do Brasil. E o problema da nossa
Educação passa pelos nossos educadores. Os sindicatos dos educadores poderiam
ajudar a enfrentar o problema, se, em vez de empenhar-se em transformar profissionais da educação em lutadores de rua, lutassem por melhores salários para os melhores professores.
Com a baixa remuneração do magistério, só o amor ao magistério atrai professores qualificados para ensinar
Matemática, Linguagens e Ciências da Natureza. Com falta de tais professores, a
estrutura curricular do nosso ensino fundamental e médio reserva um grande
espaço para áreas do conhecimento em que é mais fácil formar professores e para
os especialistas das quais não há demanda em outros setores do mercado de
trabalho. Ocorre que a contribuição das disciplinas escolares dessas áreas para
a formação das crianças é, hoje em dia, dispensável. Na verdade, tal contribuição é muitas
vezes negativa, pois, de casa, os estudantes poderão encontrar
na internet fontes mais esclarecidas.
Para
formar professores para disciplinas de Ciências Sociais, Artes e semelhantes, são
oferecidos cursos superiores para o ingresso nos quais jovens de péssimo desempenho no Vestibular são
aceitos e, uma vez aceitos, são levados adiante até formar-se mediante práticas
de repetição de informações estereotipadas, adesão a ideologias e submissão a lideranças personalistas. Isto nos conduz a um quadro
de professores em que é grande a parcela dos que desprezam o raciocínio e, em oposição, valorizam o voluntarismo, o adesismo e outros traços de caráter do âmbito
da vontade e da afetividade.
Juntam-se
a estes, outros cuja verdadeira vocação é para a política. Esses artistas,
sociólogos e políticos que não encontram emprego nas profissões que desejariam
ter vêm a constituir a liderança sindical dos educadores.
Tenho
uma proposta de reforma da educação brasileira que afastaria de vez da escola a
maior parte das lideranças do SEPE junto com seus grupos de autodefesa. Em uma
primeira etapa, seriam extintas as classes de Ciências Sociais e Artes e mantidas
apenas as disciplinas em que técnicas de raciocínio mais complexas são ensinadas, com a carga de
aulas permitida pela quantidade de professores qualificados hoje disponíveis. Mais
tarde seriam ampliados os currículos dessas disciplinas, com aulas de
Cálculo de Probabilidades e de Otimização, por exemplo. As horas
de aula inicialmente tornadas vagas seriam ocupadas, por algum tempo, com atividades de
pesquisa na Internet e nas bibliotecas.
Aos
professores das disciplinas extintas que desejassem passar para as disciplinas
remanescentes seria dada a oportunidade de demonstrarem qualificação para
tanto. Os que não quisessem ou não pudessem assumir tal responsabilidade seriam
afastados do ambiente escolar, mas, enquanto não encontrassem emprego em outra
profissão, seriam convidados para um novo jogo oficial, o de Duelos Retóricos. Um
volume financeiro igual ao das despesas atuais com seus salários seria usado
durante certo tempo para premiar os vencedores nesses jogos. Os juízes desses duelos seriam jovens
selecionados pelo mesmo critério com que os líderes das manifestações de hoje
selecionam os seus seguidores, a valorização da força física. Os jurados
ficariam em um ringue e teriam o direito de dirimir a socos as suas questões.
Como a minha proposta parece violar princípios jurídicos vigentes, quem sabe não consigo atrair uma parte desses novos parceiros do SEPE para virem proteger o meu direito de expô-la?...
Como a minha proposta parece violar princípios jurídicos vigentes, quem sabe não consigo atrair uma parte desses novos parceiros do SEPE para virem proteger o meu direito de expô-la?...
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